Dois importantes cabos submarinos de internet, responsáveis por ligar a Finlândia e a Suécia à Europa, foram misteriosamente cortados num curto intervalo de 24 horas, levantando suspeitas de sabotagem. Este incidente, que envolve o cabo entre a Finlândia e a Alemanha e outro entre a Lituânia e a Suécia, ocorreu nas profundezas do Mar Báltico, gerando alarme entre líderes europeus.
UMA COINCIDÊNCIA IMPROVÁVEL? AUTORIDADES SUSPEITAM DE ATAQUE PLANEADO
Embora danos acidentais em cabos submarinos sejam possíveis, são eventos raros. O facto de dois cabos, separados por apenas cerca de 100 km, terem sido danificados quase ao mesmo tempo aponta para uma acção deliberada, de acordo com o Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius. “Ninguém acredita que estes cabos foram cortados acidentalmente”, afirmou Pistorius. “É evidente que estamos perante uma acção híbrida, ainda que não saibamos quem está por detrás dela.”
O alerta também foi reforçado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da Finlândia e da Alemanha, que, em comunicado conjunto, destacaram a gravidade da situação: “O simples facto de este incidente gerar imediatamente suspeitas de danos intencionais diz muito sobre a volatilidade do nosso tempo.”
UM AVISO QUE NÃO CHEGOU TARDE DEMAIS?
A NATO já tinha soado o alarme há meses, alertando que a Rússia estaria a mapear cabos submarinos como parte de estratégias para perturbar a infraestrutura global de internet. Este episódio não é isolado: França sofreu sabotagem em cabos de fibra óptica durante os Jogos Olímpicos de Paris, e nos últimos anos têm surgido relatos de ciberataques, incêndios criminosos e explosões dentro das fronteiras da NATO.
IMPACTO LIMITADO… PARA JÁ
Apesar do aparente ato de sabotagem, a interrupção dos serviços foi mínima. A Telia Lithuania, operadora do cabo entre a Lituânia e a Suécia, afirmou que o cabo danificado suportava cerca de um terço da capacidade de internet da Lituânia, mas o tráfego já foi redirecionado. Por outro lado, a Cinia, que gere o cabo Finlândia-Alemanha, confirmou a interrupção, mas destacou que a sua rede de telecomunicações opera com múltiplos links, minimizando os danos.
O QUE ESTÁ EM JOGO: COMUNICAÇÃO E SEGURANÇA
Os países ocidentais estão a acelerar os esforços para proteger as comunicações submarinas, eliminando a dependência de empresas ligadas a adversários estratégicos como a Rússia e a China. Afinal, a história ensina que, em qualquer ofensiva, o corte das comunicações é uma táctica prioritária. Garantir que as linhas de comando e as tropas se mantenham conectadas pode ser a diferença entre conter um ataque ou enfrentar uma invasão devastadora.
UMA GUERRA SILENCIOSA NAS PROFUNDEZAS DO MAR
Com o panorama geopolítico cada vez mais tenso, este incidente destaca um novo campo de batalha: as profundezas do oceano. À medida que a Europa enfrenta ameaças híbridas e adversários sofisticados, a proteção das infraestruturas críticas tornou-se uma prioridade de segurança nacional. A questão que permanece é: quem está a puxar os fios nos bastidores deste jogo de alto risco?