Ninguém merece perder tempo a reinstalar o sistema operativo do zero, certo? Para muitos, é uma tarefa chata e desnecessária, especialmente quando o objetivo é apenas atualizar o sistema no mesmo hardware. Há quem jure que uma limpeza anual, com reinstalação completa, é o segredo para recuperar a velocidade original — uma visão típica de utilizadores de outras plataformas. Mas, para os amantes de Linux, essa não é a solução! Porquê apagar tudo e rezar para que funcione, quando se pode investigar, resolver e manter o sistema a funcionar como novo?
Imagine um portátil de trabalho que começou a sua vida há anos (digamos, com Fedora 22 num i7 de 4ª geração) e, desde então, passou por três atualizações de hardware, várias trocas de SSD e incontáveis updates do Fedora (agora na versão 32). O sonho? Levar o sistema operativo consigo para uma nova máquina e esperar que arranque sem problemas. Mas eis o drama: as diferenças de hardware entre o velho e o novo podem transformar esse sonho num pesadelo! Simplesmente tirar o disco rígido de uma máquina antiga e colocá-lo numa nova não funciona como mágica. Este guia explosivo revela como migrar uma instalação Linux de um portátil antigo para um novo, com o bónus de passar do Legacy BIOS para o revolucionário UEFI — tudo com o mínimo de interrupções!
O Grande Alerta: UEFI Chegou para Mudar Tudo!
Quando o UEFI (Unified Extensible Firmware Interface) entrou em cena no início dos anos 2000, veio com uma missão: destronar o ultrapassado BIOS e trazer os utilizadores de PC para o futuro. Sistemas como SPARC ou PowerPC Mac, com OpenBoot PROM/OpenFirmware, já viviam esse futuro há anos. O UEFI chegou para humilhar o BIOS e mostrar como um PC pode ser moderno! Durante uma década, os fabricantes deram uma escolha: arrancar em modo Legacy BIOS ou abraçar o UEFI. Aos poucos, o UEFI tomou conta, tornando-se o padrão nas máquinas novas.
Mas o que diferencia o Legacy BIOS do UEFI? Aqui vai o choque:
- Legacy BIOS: Um dinossauro dos anos 80, limitado a 2TB de discos, com suporte básico para multi-boot e uma interface arcaica. É como usar um telemóvel de flip em 2025!
- UEFI: O futuro em ação! Suporta discos gigantes (até 9 zettabytes), arranque mais rápido, multi-boot robusto e até atualizações de firmware diretamente do Linux. É o supercarro dos sistemas de arranque!
O UEFI oferece vantagens incríveis:
- Multi-boot fiável e flexível para os aventureiros do Linux.
- Permite usar o fwupdmgr para atualizar firmware diretamente do sistema — até de placas adicionais!
Mas há um senão: ignorar o UEFI e agarrar-se ao Legacy BIOS pode funcionar… até que uma máquina nova, como um portátil de 2020 ou uma workstation Xeon portátil, chegue sem opção de Legacy BIOS. Apenas UEFI! E agora? Um SSD formatado em MBR (Legacy BIOS) numa máquina UEFI é um beco sem saída. Felizmente, a solução é mais simples do que parece e leva apenas cinco minutos, com o plano certo!
Cuidado: Um Passo em Falso Pode Custar Tudo!
Testar este processo numa máquina virtual resultou em falhas épicas — e até um portátil real ficou corrompido (salvo por uma imagem completa com CloneZilla). O aviso é claro: faça um backup total antes de começar! Ferramentas como CloneZilla, AOMEI Partition Assistant ou até o clássico dd são os seus melhores amigos. Um erro com discos pode apagar tudo sem aviso.
Este método funciona mesmo com dual-boot, LVM, partições simples ou LUKS — basta adaptar os passos à sua configuração. Precisa de uma máquina que suporte ambos os modos (Legacy e UEFI) para realizar a transição. Sem isso, terá de clonar o SSD para outro dispositivo e trabalhar a partir daí. Se o espaço no SSD estiver no limite, pode redimensionar o LVM ou aproveitar para comprar um SSD maior e restaurar o sistema com mais folga.
O Segredo Revelado: Como Fazer a Migração Passo a Passo
Chegou a hora de transformar o seu Linux! Eis o plano para converter um disco MBR para GPT e adicionar suporte UEFI, sem perder dados:
- Verifique se Usa Legacy BIOS
Dois sinais gritantes:
- O disco usa partições DOS/MBR:
file -s /dev/sda
retorna “DOS/MBR boot sector”. - Não há variáveis EFI:
ls /sys/firmware/efi
devolve “No such file or directory”.
- Inspecione o Disco
Use o parted para ver as partições. Num exemplo com/dev/sda
, há uma partição boot de 1GB (ext4) e outra com LVM. O truque? Reduzir a boot para abrir espaço para o UEFI. - Redimensione a Partição Boot
- Verifique o espaço:
df -h /boot
(ex.: 976M, 238M usados). - Desmonte:
umount /boot
. - Reduza o sistema de ficheiros:
resize2fs /dev/sda1 512M
. - Redimensione a partição para 700M com parted:
resizepart 1 700M
. - Expanda o sistema de ficheiros de volta:
resize2fs /dev/sda1
.
- Converta para GPT
- Instale ferramentas:
yum install gdisk grub2-efi-x64-modules efibootmgr grub2-tools-efi
. - Use gdisk para converter:
gdisk /dev/sda
, crie uma partição BIOS boot (código ef02) e grave comw
.
- Adicione a Partição EFI
- Crie uma partição EFI (código ef00) com gdisk.
- Formate como vfat:
mkfs -t vfat /dev/disk/by-partlabel/EFI-system
. - Mova os ficheiros EFI de
/boot/efi
para a nova partição e adicione-a ao/etc/fstab
.
- Reinstale o GRUB para UEFI
- Execute:
grub2-install --target=x86_64-efi /dev/sda
. Ignore erros de variáveis EFI (normais em modo Legacy).
- Mude para UEFI na Firmware
- Reinicie, entre na firmware (cada sistema é diferente!) e selecione UEFI como modo de arranque.
Vitória: Um Linux Renovado em UEFI!
Após o reinício, o seu Linux arranca em UEFI, mais rápido, mais moderno e pronto para o futuro. Todos os ficheiros, contas e programas estão intactos! Este guia, escrito num portátil com Fedora 33, aplica-se a várias configurações — mas cuidado: não tente com BTRFS no Fedora 33, pois a conversão pode falhar.
Dicas Finais para o Sucesso
- Vá devagar e peça ajuda em grupos de utilizadores Linux se precisar.
- Se o espaço for apertado, considere um SSD maior.
- Teste o arranque após cada etapa para garantir que tudo corre bem.
Está pronto para abandonar o Legacy BIOS e abraçar o poder do UEFI? O seu Linux nunca mais será o mesmo!