Microsoft Revoluciona o Mundo Open-Source: WSL Agora é Código Aberto!

Num movimento que poucos previram, a Microsoft abalou o universo tecnológico ao libertar o código-fonte do aclamado Windows Subsystem for Linux (WSL), quase uma década após o início do seu desenvolvimento. O anúncio bombástico foi feito durante o evento BUILD, onde a gigante de Redmond revelou também outras surpresas open-source, incluindo o seu próprio editor de texto em linha de comandos, o inovador Edit.

A disponibilização do código no GitHub oficial da Microsoft marca uma mudança radical: o que antes era exclusivo e fechado, agora pertence à comunidade global. Com esta jogada estratégica, a Microsoft abre as portas à participação activa de programadores e entusiastas de todo o mundo no futuro do WSL.

Para os menos familiarizados, o WSL é um sistema de virtualização ultraleve que permite aos utilizadores do Windows correr distribuições Linux – como o Ubuntu – com integração profunda ao nível de sistema, software e hardware. Tudo isto sem a necessidade de recorrer a máquinas virtuais pesadas ou instalações dual-boot.

O objectivo original do WSL era claro: oferecer aos programadores acesso às ferramentas do Linux num ambiente Windows, sem os entraves habituais. Esta ponte entre mundos rivais provou ser uma dádiva para os developers e para o crescimento das comunidades open-source.

Segundo Pierre Boulay, da Microsoft, “WSL nunca teria alcançado o patamar actual sem a sua comunidade”. E acrescenta: “Vimos contribuições incríveis mesmo sem acesso ao código-fonte. Agora, com acesso total, o potencial de evolução é simplesmente ilimitado”.

Antes desta revelação, partes do WSL já eram open-source – nomeadamente o WSLg, que permite correr aplicações gráficas Linux no ambiente Windows, e o kernel Linux personalizado pela Microsoft. Isso mesmo: a Microsoft mantém o seu próprio kernel Linux, um facto que ainda hoje surpreende os mais atentos.

Agora, com a nova fase de código aberto, juntam-se ao leque de componentes libertados os executáveis de linha de comandos, o serviço WSL responsável pela gestão de máquinas virtuais, o arranque de distribuições, montagem de partilhas de ficheiros e os daemons de inicialização e processos.

Importa salientar que nem tudo foi aberto. Alguns componentes herdados do WSL 1 (versão inicial sem kernel Linux) mantêm-se proprietários. No entanto, com o WSL 2 a dominar graças à sua velocidade, compatibilidade e suporte a chamadas de sistema completas, esta limitação é pouco relevante.

Evolução Explosiva do Windows Subsystem for Linux

Desde o seu nascimento em 2016, o WSL tem sido uma das histórias de sucesso mais surpreendentes da Microsoft. Inicialmente, tratava-se de uma camada de compatibilidade que traduzia chamadas Linux para o sistema NT do Windows. Funcionava bem, mas estava longe de ser “verdadeiro Linux”.

Tudo mudou em 2019 com o lançamento do WSL 2, que passou a utilizar um kernel Linux completo. Resultado? Compatibilidade total com o ecossistema Linux, aceleração por GPU e, eventualmente, suporte para aplicações gráficas Linux directamente no Windows.

Em 2021, a Microsoft deu outro passo ousado ao separar o WSL do ciclo de actualizações do Windows, tornando-o disponível via Microsoft Store. Isto permitiu actualizações frequentes e independentes, acelerando a inovação.

Este ano, o processo de instalação de distribuições foi completamente revolucionado: é agora possível instalar distribuições a partir de imagens externas à Store, em formato .tar. A Canonical (mãe do Ubuntu) foi uma das primeiras a tirar partido desta novidade.

Para os mais curiosos ou ambiciosos, o código-fonte do WSL encontra-se acessível no GitHub da Microsoft – pronto para ser estudado, modificado e expandido por qualquer um. Uma nova era para o desenvolvimento de sistemas em Windows começa agora, com a comunidade no comando.

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